O Papanicolau desempenha um papel muito importante na prevenção e detecção precoce de doenças do colo do útero.
Esse exame é capaz de identificar células pré-cancerígenas antes que elas se transformem em câncer de fato.
Dessa forma, o exame contribui diretamente para a redução da mortalidade relacionada ao câncer cervical, uma das principais causas de óbito entre mulheres em todo o mundo.
Entenda melhor neste artigo como o procedimento é feito e como ele contribui para a saúde e o bem-estar das mulheres.
O que é o exame de Papanicolau e qual é a sua finalidade?
O exame de Papanicolau, também conhecido como esfregaço cervicovaginal ou colpocitologia oncótica cervical, é um procedimento fundamental para a manutenção da saúde feminina.
Ele desempenha um papel vital na detecção de possíveis alterações nas células do colo do útero.
Sendo assim, é a principal estratégia para identificar lesões em estágios iniciais, antes mesmo que a paciente apresente sintomas.
O nome "Papanicolau" é uma homenagem ao patologista grego Georges Papanicolaou, que desenvolveu esse método no início do século XX.
Como é realizado o exame de Papanicolau?
Para a realização do Papanicolau, posiciona-se a paciente na cama de exame ginecológico, geralmente com as pernas apoiadas.
É importante que ela se sinta relaxada e confortável.
Então, introduzimos um instrumento chamado espéculo na vagina, para permitir a visualização do interior da vagina e do colo do útero.
Após a introdução do espéculo, realizamos uma inspeção visual cuidadosa do interior da vagina e do colo do útero em busca de quaisquer anomalias.
Em seguida, usa-se uma espátula e uma escovinha para coletar amostras de células do colo do útero.
Essa amostra é enviada para análise em laboratório com o objetivo de detectar possíveis alterações.
É importante saber que a introdução do espéculo e a coleta de material durante o exame de Papanicolau podem causar certo desconforto, mas geralmente não são dolorosas.
Como esse exame pode contribuir para a prevenção de doenças?


A coleta de células da região cervical e a análise minuciosa dessas amostras é capaz de detectar alterações que possam indicar a presença do Papilomavírus Humano (HPV), o principal agente causador do câncer de colo de útero.
Para saber mais sobre a relação entre HPV e câncer de colo de útero, acesse esse artigo em nosso site!
Além de ser uma ferramenta fundamental para identificar precocemente essa doença, o exame de Papanicolau também tem a capacidade de diagnosticar outras infecções sexualmente transmissíveis.
Assim, por meio da análise das células coletadas, é possível detectar infecções como sífilis e gonorreia.
Com qual idade as mulheres devem começar a realizar o exame de Papanicolau?
Recomenda-se que todas as mulheres que já iniciaram a vida sexual realizem o exame preventivo periodicamente, com um foco especial nas faixas etárias entre 25 e 59 anos.
Ademais, é importante destacar que as recomendações individuais podem variar com base em fatores como histórico pessoal e familiar, presença de infecções sexualmente transmissíveis, status de vacinação contra o HPV e outras questões individuais.
Com que frequência as mulheres devem fazer o exame de Papanicolau?
Os dois primeiros exames devem ser realizados anualmente, e se ambos apresentarem resultados negativos, os exames subsequentes devem ocorrer a cada três anos.
Deve-se manter a prática de exames periódicos até os 64 anos de idade.
Para mulheres com mais de 64 anos que nunca tenham se submetido ao exame, a recomendação é realizar dois exames, com um intervalo de um a três anos.
Então, caso ambos os resultados sejam negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames futuros.
É importante salientar que, em certos casos, podemos recomendar exames de Papanicolau com maior frequência, independentemente da idade, caso a paciente apresente os seguintes fatores de risco:
- Um diagnóstico anterior de câncer do colo do útero ou resultados de exames de Papanicolau que indicaram a presença de células pré-cancerosas;
- Exposição ao dietilestilbestrol (DES) antes do nascimento;
- Infecção por HIV;
- Um sistema imunológico enfraquecido devido a transplantes de órgãos, tratamento de quimioterapia ou uso crônico de corticosteróides;
- Histórico de tabagismo.
Como a mulher deve se preparar para esse exame?

A preparação para um exame de Papanicolau é relativamente simples.
Para realizar o exame deve-se evitar relações sexuais, uso de duchas ou uso de produtos vaginais, como cremes e supositórios, pelo menos 24 horas antes do exame, pois isso pode afetar os resultados.
Além disso, é preciso agendar o exame para um momento em que você não estiver menstruada, pois o sangramento menstrual é capaz de interferir nos resultados.
Assim, ressaltamos que manter uma rotina de exames ginecológicos, incluindo o Papanicolau, é essencial para garantir que certas condições médicas sejam identificadas em estágios iniciais.
Para confirmar se você precisa realizar esse exame ou tirar dúvidas, agende uma consulta com a ginecologista o quanto antes!
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Formação da Dra. Graziele Cervantes
- Ginecologista e Obstetra formada pela Maternidade Darcy Vargas - SC em 2016;
- Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2016-2018);
- Curso de Imersão em Laparoscopia em Clermont-Ferrand, França (2019);
- Especialização em Longevidade e Medicina Ortomolecular;
- Médica Assistente do Setor de Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Santa Casa de São Paulo;
- Professora da Pós Graduação de Videoalaparoscopia e Histeroscopia da Santa Casa de São Paulo - NAVEG;
- Mestra da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.