O ressecamento vaginal é uma condição que pode afetar mulheres de todas as idades e requer atenção especial.
Suas causas podem ser diversas, incluindo fatores como estresse, medo, culpa e baixa libido.
Essa condição não apenas torna as relações sexuais desconfortáveis, mas também pode ter repercussões psicológicas para as mulheres.
Assim, é preciso compreender e tratar adequadamente essa questão para garantir o bem-estar físico e emocional.
O que é o ressecamento vaginal e quais são os principais sintomas associados a ele?
A lubrificação vaginal é de extrema importância para preservar a saúde e o conforto na região genital feminina, especialmente durante a atividade sexual.
Então, através da produção de muco, as paredes vaginais são protegidas e a vagina consegue manter sua elasticidade e uma textura suave.
Isso contribui para o bem-estar e a função adequada dessa área íntima.
Nesse sentido, o ressecamento vaginal é uma condição que se manifesta quando a lubrificação natural da vagina diminui ou desaparece.
Os principais sintomas associados a esse problema incluem:
- Dor durante a relação sexual;
- Irritação e coceira;
- Ardor ao urinar;
- Maior frequência de infecções vaginais;
- Desconforto no dia a dia;
- Sangramento após o sexo.
Uma pesquisa recente revelou que 5% das mulheres enfrentam o problema de secura vaginal.
Ainda mais preocupante é o fato de que, dentro desse grupo, 90% delas não buscam tratamento adequado.
Quais são as possíveis causas dessa condição?
O ressecamento vaginal pode ter diversas causas, e elas podem variar de uma mulher para outra.
Alguns dos principais fatores que contribuem para o ressecamento vaginal incluem:
- Deficiência de estrogênio;
- Menopausa e amamentação;
- Uso de medicamentos como anticoncepcionais hormonais, antidepressivos e anti-histamínicos;
- Estresse e ansiedade;
- Alergias ou irritações;
- Condições médicas como diabetes, hipotireoidismo e endometriose;
- Durante terapias de radiação ou quimioterapia.
Em quais situações as mulheres ficam mais sujeitas a desenvolver o ressecamento vaginal?
Durante a menopausa, há uma notável diminuição nos níveis de estrogênio, o que frequentemente resulta na diminuição da lubrificação vaginal.
Esse fenômeno é comumente identificado como "síndrome geniturinária da menopausa".
Se você quiser saber mais sobre secura vaginal na menopausa, acesse esse texto em nosso site.
Da mesma forma, o período de amamentação também pode levar a uma temporária diminuição dos níveis de estrogênio, o que ocasionalmente resulta em ressecamento vaginal.
Por fim, pacientes que retiraram os ovários ou que passam por tratamentos de radiação e/ou quimioterapia podem experimentar ressecamento vaginal como efeito colateral dessas terapias.
Quais são os impactos do ressecamento vaginal no bem-estar das mulheres?

Uma das principais implicações é a dificuldade nas relações sexuais, uma vez que a penetração dolorosa é um sintoma comum da secura vaginal.
Isso não só torna as relações desconfortáveis, mas também pode levar à diminuição da atividade sexual e a problemas de relacionamento.
Ademais, o atrito causado pela falta de lubrificação natural pode resultar em microlesões nas paredes vaginais, deixando a área mais suscetível a doenças.
Por isso, mulheres com ressecamento vaginal estão mais propensas a desenvolver infecções vaginais, como a candidíase.
E, além dessas implicações físicas, a secura vaginal também pode impactar a saúde mental das mulheres, gerando ansiedade, baixa autoestima e até depressão.
Como reduzir o risco de desenvolver o ressecamento vaginal?
Para prevenir o ressecamento vaginal, aconselhamos que você adote as seguintes medidas:
- Considere a reposição de hormônios e o uso de hidratantes vaginais específicos, sob orientação médica;
- Limite a higiene íntima a duas vezes por dia para preservar o equilíbrio da flora vaginal;
- Utilize produtos de higiene íntima que não afetem a acidez da flora vaginal, como um sabonete suave com pH neutro;
- Evite o uso prolongado de absorventes e tampões;
- Opte por roupas íntimas de algodão, evitando peças muito apertadas que possam causar atrito e irritação na vulva;
- Gerencie o estresse e recupere a autoconfiança, pois o estado emocional pode influenciar na saúde vaginal.
Quais são as opções de tratamento para essa condição?
Se o ressecamento vaginal ocorrer devido a um novo medicamento ou contraceptivo, é preciso considerar alternativas com menos efeitos colaterais.
Quando a causa está relacionada a baixos níveis de estrogênio, várias opções de tratamento estão disponíveis, incluindo:
- Uso de hidratantes ou lubrificantes vaginais;
- Aplicação local de estrogênio;
- Terapia sistêmica com estrogênio;
- Uso de receptores moduladores de estrogênio (SERMs).

Já para melhorar a satisfação nas atividades íntimas com seu parceiro, é importante discutir preferências sexuais e limitações, o que pode aprimorar a experiência a dois.
Se houver excitação, mas a lubrificação vaginal for insuficiente, por exemplo, orienta-se dedicar mais tempo às preliminares para estimular a lubrificação natural ou utilizar lubrificantes.
Ressaltamos que o tratamento para o ressecamento vaginal deve ser personalizado, levando em consideração o quadro de cada paciente.
Assim, se você estiver enfrentando ressecamento vaginal, marque uma consulta com a ginecologista o mais rápido possível e recupere o seu bem-estar!
Compartilhe na sua rede social!
Formação da Dra. Graziele Cervantes
- Ginecologista e Obstetra formada pela Maternidade Darcy Vargas - SC em 2016;
- Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2016-2018);
- Curso de Imersão em Laparoscopia em Clermont-Ferrand, França (2019);
- Especialização em Longevidade e Medicina Ortomolecular;
- Médica Assistente do Setor de Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Santa Casa de São Paulo;
- Professora da Pós Graduação de Videoalaparoscopia e Histeroscopia da Santa Casa de São Paulo - NAVEG;
- Mestra da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.